terça-feira, 14 de agosto de 2018

Resenha da obra A megera domada, de Walcyr Carrasco

                                                                                                                                    

Prólogo
                                                                                                   

Minhas leituras foram atípicas em 2016, iniciei, acalentando meu coração, com Fábio de Mello, em meados envolvi-me com William Shakespeare e finalizei deliciando-me com Alana Rox. Apaixonada que sou, pelos diferentes contextos, enredos e personagens, passo pela difícil tarefa de selecionar, neste primeiro momento, uma obra e compartilhar com vocês, caros leitores! Pois bem, aí está, a resenha da obra A megera domada, de William Shakespeare, na tradução e adaptação de Walcyr Carrasco.

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Campo Mourão, 14 de março de 2017.

Resenha: CARRASCO, Walcyr. A megera domada/William Shakespeare; tradução e adaptação de Walcyr Carrasco. São Paulo: FTD, 2009.

Shakespeare escreveu A megera domada em versos, Walcyr Carrasco adaptou para diálogos em tom coloquial, evitando o tratamento formal entre os personagens. Este texto teatral se divide em cinco atos, cada um deles dividido em cenas e em cada cena uma mudança de cenário. A leitura dessa peça é leve, divertida e fala de um tema atual: a relação entre homem e mulher. Por falar da condição humana, segundo Carrasco (2009), essa e outras peças de Shakespeare são imortais, embora tenham sido escritas no século XVI.

A história se passa em Pádua, na Itália. Na trama, Batista Minola deseja casar a filha mais velha, Catarina - briguenta, conhecida por seu gênio terrível e respostas mal-humoradas - antes da mais nova, Bianca, menina doce, gentil e que atraia vários pretendentes à sua mão, como Lucêncio, Hortênsio e Grêmio. Mas a moça, de tão brava, não encontra pretendentes. Até que um rapaz rude, Petrúquio, chega à cidade para se casar com moça rica e decide se casar com Catarina, mesmo conhecendo sua fama de megera.

Do primeiro encontro ao casamento, poucos dias se passaram e muitos insultos de Catarina a Petrúquio, porém ele os recebe como elogio, o que a deixa mais irritada. No domingo do casamento, Catarina fica horrorizada com Petrúquio que chega à igreja atrasado e malvestido. Assim que a cerimônia terminou, Petrúquio exigiu que Catarina fosse com ele para a casa no campo, nem ficaram para a comemoração. No caminho, ela cai do cavalo sobre a estrada cheia de lama e a irritação da agora senhora só aumenta.

Enquanto isso, os pretendentes à mão de Bianca entram em ação: Lucêncio tenta conquistá-la, declarando seu amor, declamando um texto em latim, em fingida tradução. Hortênsio, por sua vez, disfarçado de mestre de música, perde-se e não consegue ir adiante em suas lições. Trânio, camufla-se e toma para si a identidade de Lucêncio, consegue se impor diante de Grêmio e demonstra ter situação financeira apropriada a filha de Batista. Mas como era de costume na época, Batista exige que o pai de Lucêncio, Vicêncio, garanta as promessas financeiras feitas pelo filho e é marcada uma data para assinatura do contrato de casamento. Trânio, muito esperto, contrata um velho professor para se passar por Vicêncio, pois acabara de chegar a cidade e poucos o conheciam.

Catarina e Petrúquio, mantêm uma rotina nada agradável, pois o marido finge preocupar-se com a mulher: joga a comida no chão, dizendo não estar boa; arranca os lençóis da cama, cobertores e travesseiros, com a justificativa de não serem apropriados para ela; manda fazer um traje luxuoso e o devolve, por ser, na opinião dele, horrível e malfeito, mesmo Catarina demonstrando gostar do modelo. Ocorre o mesmo com o chapéu, que ele manda levar de volta, embora ela queira ficar com ele. Com tudo isso, Catarina começa a ceder, pois exausta de fome e sono, passa a agradecer e a concordar com tudo que Petrúquio diz.

As mentiras começam a se dissolver com a chegada a Pádua do rico viajante Vicêncio, de Pisa, pai de Lucêncio. O mesmo exalta-se ao descobrir impostores em seu lugar e no lugar de seu filho, com isso quase é preso pelos homens da lei. Enquanto isso, São Trânio e o professor estão com Batista para assinar o falso contrato de casamento. Sorte de Vicêncio que seu filho Lucêncio surge para desmentir os impostores. Foi então que, o verdadeiro Lucêncio, aproveita a oportunidade, para levar Bianca a uma igreja e casar-se com ela. Batista, diante dos fatos, aceita o casamento dos jovens, Bianca e Lucêncio. Pois o verdadeiro Vicêncio lhe dá as garantias financeiras exigidas.

Por fim, Hortênsio se casa com uma viúva. Reúnem-se para comemorar as bodas os três casais e Petrúquio propõe uma aposta com os outros: quem será a esposa mais obediente? Os que mandam chamar as esposas primeiro são Lucêncio e Hortêncio, porém as mesmas dão desculpas e não atendem os chamados. Já Petrúquio ao chamar Catarina é prontamente atendido, após, a própria Catarina chama as outras esposas e faz um discurso sobre a melhor maneira de a esposa tratar o marido, demonstrando, a todos, que a megera realmente foi domada.   

Mariusa Cristiane Baum Petri*

*No momento da publicação, atuava como Técnica Pedagógica LEM e CELEM do Núcleo Regional da Educação de Campo Mourão.
















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