sábado, 31 de agosto de 2019

Nem sempre foi assim

O Sol já nascera a horas
E eu ainda em repouso.
Um corpo prisioneiro,
Enquanto o espírito voa.

Sinto-me derrotada,
Por dores físicas tomada.
Por terra vi cair, 
tantos sonhos em devir.

Mulher guerreira,
De espírito forte,
De corpo debilitado,
Pela dor dominado.

Outrora já tive energia,
Disposição, agilidade 
ou seja lá o que for... 
Agora, me resta
Todos os dias renascer.

Morrer já é rotina.
Aliás, há muito assim tem sido.
E apesar de não entender 
Todos os dias eu morro. 
E não sei por quanto tempo assim 
Ainda terei que viver.

Mariusa Petri
31 de agosto de 2019

segunda-feira, 5 de agosto de 2019

Pulmões

O ar escapa.
A dor aperta.
Os sonhos lacrimejam.
A porta entre aberta,
ruge como tapa,
que a fera almeja .

As lágrimas descem a alma,
e as forças se abstentem.
Ruge fera que acalma.
As batidas freneticamente fracas.

Quase me interrompe a faca,
tão áspera e violenta.
A fera, os pulmões ataca,
dita últimos suspiros
e complementa.

Tão viva
e tão próxima da morte.
Deixada a si mesma,
a sua própria sorte.
Quem sabe rasgue
e corte.
Viver é respirar e transpirar  constantemente.
É sangrar
internamente
e continuar.

Ana Carla Morigi
20 de maio