quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Nascer do Sol

Distraída,
enquanto buscava meus sonhos...
Nasceu o Sol,
a iluminar os caminhos,
meus e seus.

A mesma Luz

que brilha em seu olhar,
sempre que me vê chegar.

Quem me dera,

contigo caminhar!

Semearíamos Amor,

com nossos dons:
ensinar e poetizar.

Quem me dera,

contigo sonhar!

Plantaríamos Esperança

e manteríamos
o brilho no olhar
de uma criança.

Quem me dera,

contigo,
ao som de nossa música,
dançar e amar,
e assim sermos 
o próprio Sol!

Por Mariusa Cristiane Baum Petri, em 30 de agosto de 2018.


terça-feira, 28 de agosto de 2018

A DOR

Desde a gestação 
a dor esteve presente;
Não a dor no corpo, 
mas n'alma.

Brigas, inveja, lágrimas, amor ausente...

Trabalho árduo, para quê? Findar na cama?

Calma!

A separação 

entre verdadeiros amigos,
antes irmãos, 
agora desconhecidos.

O chimarrão tomado na varanda,

conversas e canções
que estendiam-se noite a fora,
permanecem na lembrança daqueles que ficaram,
e já não está, 
naqueles que se foram.

Alguns despediram-se 

e decidiram a hora de ir;
Outros na leveza da brincadeira, tão cedo deixaram de rir.
Dos que restam, 
poucos almejam se  despedir.
Alguns até lutam, 
bravamente, 
para continuarem por aqui.
Outros, não querem seguir,
mas acreditem, 
não é pela dor no corpo.
O que não mais suportam
é a dor n'alma,
dessa ninguém consegue fugir.

Por Mariusa Cristiane Baum Petri, em 28 de agosto de 2018.



quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Ideal

Perdeu-se

em suas ações!

Toda, inteira...

Desconexos.


Como pode? 

Busca insana 

por ideais: 

Filha obediente; 

Amiga atenciosa; 

Aluna quieta e inteligente; 

Esposa amorosa; 

Professora Maluquinha; 

Mulher sensível, 

a tudo e a todos.


E agora, que percebeu 

a insígnia imposta: 

O que fará? 

Quem és? 

Como será?


As idealizações criadas 

não passam de máscaras escolhidas, 

momentaneamente, 

que aos poucos caem, 

perdem-se, escoam...


Nas lágrimas 

de ideais inefáveis.


Por Mariusa Cristiane Baum Petri, em 22 de agosto de 2018.

terça-feira, 14 de agosto de 2018

Mulher

                                                   
                                                                                         
           Ser mulher,
escrever sobre a mulher,
           Sobre mim,
sobre outras mulheres…
            Não é algo pontual,
mas sim original.

             Somos assim,

especiais e únicas,
             Ora assumimos
a mulher esposa,
outras a irmã,
              Ora a namorada,
outras a filha, a amiga…

               Termos um dia especial,

para sermos lembradas
                por aqueles que amamos
e por nós mesmas,
                 Se faz importante,
para não esquecermos
                 de quem faz a diferença
em nossas vidas…

                  Que neste dia,

tenhamos também
um momento único,
                  Que possamos
nos reconhecer e
                  Que para nós
seja um (re)começo,
                  Um despertar,
de uma vida feliz.

Mariusa Cristiane Baum Petri, 08 de março de 2017.

                                           

Resenha da obra A megera domada, de Walcyr Carrasco

                                                                                                                                    

Prólogo
                                                                                                   

Minhas leituras foram atípicas em 2016, iniciei, acalentando meu coração, com Fábio de Mello, em meados envolvi-me com William Shakespeare e finalizei deliciando-me com Alana Rox. Apaixonada que sou, pelos diferentes contextos, enredos e personagens, passo pela difícil tarefa de selecionar, neste primeiro momento, uma obra e compartilhar com vocês, caros leitores! Pois bem, aí está, a resenha da obra A megera domada, de William Shakespeare, na tradução e adaptação de Walcyr Carrasco.

                                                                         …

Campo Mourão, 14 de março de 2017.

Resenha: CARRASCO, Walcyr. A megera domada/William Shakespeare; tradução e adaptação de Walcyr Carrasco. São Paulo: FTD, 2009.

Shakespeare escreveu A megera domada em versos, Walcyr Carrasco adaptou para diálogos em tom coloquial, evitando o tratamento formal entre os personagens. Este texto teatral se divide em cinco atos, cada um deles dividido em cenas e em cada cena uma mudança de cenário. A leitura dessa peça é leve, divertida e fala de um tema atual: a relação entre homem e mulher. Por falar da condição humana, segundo Carrasco (2009), essa e outras peças de Shakespeare são imortais, embora tenham sido escritas no século XVI.

A história se passa em Pádua, na Itália. Na trama, Batista Minola deseja casar a filha mais velha, Catarina - briguenta, conhecida por seu gênio terrível e respostas mal-humoradas - antes da mais nova, Bianca, menina doce, gentil e que atraia vários pretendentes à sua mão, como Lucêncio, Hortênsio e Grêmio. Mas a moça, de tão brava, não encontra pretendentes. Até que um rapaz rude, Petrúquio, chega à cidade para se casar com moça rica e decide se casar com Catarina, mesmo conhecendo sua fama de megera.

Do primeiro encontro ao casamento, poucos dias se passaram e muitos insultos de Catarina a Petrúquio, porém ele os recebe como elogio, o que a deixa mais irritada. No domingo do casamento, Catarina fica horrorizada com Petrúquio que chega à igreja atrasado e malvestido. Assim que a cerimônia terminou, Petrúquio exigiu que Catarina fosse com ele para a casa no campo, nem ficaram para a comemoração. No caminho, ela cai do cavalo sobre a estrada cheia de lama e a irritação da agora senhora só aumenta.

Enquanto isso, os pretendentes à mão de Bianca entram em ação: Lucêncio tenta conquistá-la, declarando seu amor, declamando um texto em latim, em fingida tradução. Hortênsio, por sua vez, disfarçado de mestre de música, perde-se e não consegue ir adiante em suas lições. Trânio, camufla-se e toma para si a identidade de Lucêncio, consegue se impor diante de Grêmio e demonstra ter situação financeira apropriada a filha de Batista. Mas como era de costume na época, Batista exige que o pai de Lucêncio, Vicêncio, garanta as promessas financeiras feitas pelo filho e é marcada uma data para assinatura do contrato de casamento. Trânio, muito esperto, contrata um velho professor para se passar por Vicêncio, pois acabara de chegar a cidade e poucos o conheciam.

Catarina e Petrúquio, mantêm uma rotina nada agradável, pois o marido finge preocupar-se com a mulher: joga a comida no chão, dizendo não estar boa; arranca os lençóis da cama, cobertores e travesseiros, com a justificativa de não serem apropriados para ela; manda fazer um traje luxuoso e o devolve, por ser, na opinião dele, horrível e malfeito, mesmo Catarina demonstrando gostar do modelo. Ocorre o mesmo com o chapéu, que ele manda levar de volta, embora ela queira ficar com ele. Com tudo isso, Catarina começa a ceder, pois exausta de fome e sono, passa a agradecer e a concordar com tudo que Petrúquio diz.

As mentiras começam a se dissolver com a chegada a Pádua do rico viajante Vicêncio, de Pisa, pai de Lucêncio. O mesmo exalta-se ao descobrir impostores em seu lugar e no lugar de seu filho, com isso quase é preso pelos homens da lei. Enquanto isso, São Trânio e o professor estão com Batista para assinar o falso contrato de casamento. Sorte de Vicêncio que seu filho Lucêncio surge para desmentir os impostores. Foi então que, o verdadeiro Lucêncio, aproveita a oportunidade, para levar Bianca a uma igreja e casar-se com ela. Batista, diante dos fatos, aceita o casamento dos jovens, Bianca e Lucêncio. Pois o verdadeiro Vicêncio lhe dá as garantias financeiras exigidas.

Por fim, Hortênsio se casa com uma viúva. Reúnem-se para comemorar as bodas os três casais e Petrúquio propõe uma aposta com os outros: quem será a esposa mais obediente? Os que mandam chamar as esposas primeiro são Lucêncio e Hortêncio, porém as mesmas dão desculpas e não atendem os chamados. Já Petrúquio ao chamar Catarina é prontamente atendido, após, a própria Catarina chama as outras esposas e faz um discurso sobre a melhor maneira de a esposa tratar o marido, demonstrando, a todos, que a megera realmente foi domada.   

Mariusa Cristiane Baum Petri*

*No momento da publicação, atuava como Técnica Pedagógica LEM e CELEM do Núcleo Regional da Educação de Campo Mourão.
















sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Hoje


Viver o hoje é desafiador,
principalmente por existir a dor.
Mas também sei
que só há vida
se eu a viver.

Optei, então, por viver
um dia de cada vez.
E desde essa decisão,
tudo passou a fluir,
a ter um significado novo,
mesmo não sendo tão jovem assim.

Descobri que viver é um processo.
Só há vida vivendo-a.
Ela não espera por mim
e não esperará por você,
ela já está em nós.

Não está no futuro,
como um objetivo a ser alcançado;
está aqui e agora, percebe?
Observe na tua respiração,
circulando no teu sangue,
batendo no teu coração.

Por Mariusa Petri, em 10/08/2018

sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Sonhei




Uma, duas, três…
Perdi as contas de quantas vezes!


Caía fundo no poço,
e sabia que era por um moço,
que nunca soubera quem é.


Talvez um encontro, um café…
Um não, um sim, ou é ou não é!


Caiu um dia aos seus pés,
mas por fé o perdeu.
Quanta dor, meu Deus do céu!


Passei do fundo não, com o véu,
pois aprendi que o amor não é fel,
e que não é preciso ser fiel,
pois as verdades ferem
mais que o não dito.
Até mesmo porque fico,
sempre a imaginar:
Por que tamanho mar?
Se ao menos soubesse nadar!

Por Mariusa Petri, em 03/08/2018


O início


O primeiro passo
sempre foi o mais fácil.


Difícil adquirir uma rotina,
pois a cada dia que passa,
o desistir se torna mais forte,
visto que nenhum norte
almeja atingir!


O planejamento foi,
um "oi" e nada mais, só ir...
Seguir, fluir, sorrir e basta.


Oh, doce calma
que na ira se desfaz!


Disfarça e novo percurso traça,
o caminho não gasta,
pois correste atenta,
para aqui começar
e sempre ficar "marcada",
contudo jamais esquecida.


Sua crença já registrada fica
nessas linhas fracas,
a tecer o que jamais encontrará:
tão perto, tão certo, tão já...

Por Mariusa Petri, em 03/08/2018