segunda-feira, 5 de agosto de 2019

Pulmões

O ar escapa.
A dor aperta.
Os sonhos lacrimejam.
A porta entre aberta,
ruge como tapa,
que a fera almeja .

As lágrimas descem a alma,
e as forças se abstentem.
Ruge fera que acalma.
As batidas freneticamente fracas.

Quase me interrompe a faca,
tão áspera e violenta.
A fera, os pulmões ataca,
dita últimos suspiros
e complementa.

Tão viva
e tão próxima da morte.
Deixada a si mesma,
a sua própria sorte.
Quem sabe rasgue
e corte.
Viver é respirar e transpirar  constantemente.
É sangrar
internamente
e continuar.

Ana Carla Morigi
20 de maio

Nenhum comentário:

Postar um comentário